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Conhecer a depressão

Conhecer a depressão

Sinto-me triste.
Sinto um vazio dentro de mim.
Tenho vontade de chorar por tudo e por nada.
Não me apetece estar com ninguém.
Nada me dá prazer e satisfação.
Tudo me irrita!
Não consigo dormir.
Não tenho apetite.
Não consigo concentrar-me em nada do que tenho para fazer.
Sou um falhado!
Não tenho vontade de fazer nada.
Não vejo sentido na minha existência.


Estas expressões ilustram alguns dos sinais e sintomas mais comuns num quadro de depressão. Na sua origem poderão estar fatores internos ou externos à pessoa, relacionados com um conjunto de potenciais causas que incluem eventos marcantes muito diversos.


Tenhamos ou não experienciado algum destes sintomas, é importante alertar para o facto de que a depressão pode acometer qualquer um de nós, em determinado momento da vida. No entanto, bom também saber que, se diagnosticada em tempo útil e corretamente acompanhada, a depressão pode ser tratada com elevado sucesso.



O que é a depressão

A depressão é uma experiência humana frequente. Na verdade, é o problema de saúde mais frequente em todo o mundo e que afetava, já no período pré-pandemia, um em cada dez portugueses.


Ela pode ser descrita como um conjunto complexo de pensamentos, sentimentos e comportamentos que experienciamos de forma diferente e em diferentes situações, como resposta a acontecimentos e circunstâncias da nossa vida presente e passada.


Neste sentido, a depressão relaciona-se com a forma como interpretamos, damos significado e respondemos àquilo que nos acontece (p.e, situações de pobreza, discriminação, violência e bullying, abuso e negligência, perda e luto, doença grave, desemprego ou reforma, falta de apoio social ou dificuldades nas relações).


“Mas eu já me senti triste e aborrecido(a) inúmeras vezes…”, poderemos dizer. Contudo, a depressão é mais do que estar triste ou aborrecido durante uns dias: é mais duradoura, pode afetar negativamente o nosso dia-a-dia e a nossa capacidade de funcionar. Pode surgir em qualquer momento da vida, por motivos diversos ou sem causa aparente, apresentar diferentes graus de gravidade ou estar ligada a circunstâncias específicas (por exemplo, o nascimento de um bebé e uma eventual depressão pós-parto).


Como se manifesta a depressão

Embora cada pessoa experiencie os estados depressivos de forma diferente, alguns pensamentos, emoções e comportamentos são comuns. Por exemplo, desenvolver pensamentos negativos sobre si mesmo, sobre os outros ou sobre o futuro (não valho nada / não posso confiar nos outros / nunca me irá acontecer nada de bom); deixar de sentir prazer; sentir ansiedade, culpa, raiva ou sensação de vazio; ter dificuldades de sono, de apetite, em tomar decisões e procurar o isolamento. Sintomas físicos como fadiga, dores de cabeça e musculares, náuseas, perda ou ganho de peso são também frequentes.



A depressão é um assunto sério

A depressão deve ser sempre levada a sério e precisa de uma resposta adequada, baseada na evidência científica. Além do investimento na sua prevenção, a procura de ajuda é o passo mais importante para ultrapassar uma eventual situação de depressão.


Nem sempre é fácil e, por diversas razões, muitas vezes, continuamos simplesmente com a nossa vida, “porque tem de ser”. Podemos sentir que estamos exaustos, que “nada adianta”. Podemos sentir vergonha, achar que procurar ajuda é sinal de “fraqueza” ou que seremos um “fardo” para os outros. Contudo, parte significativa das pessoas com depressão (80% a 90%) recupera o seu bem-estar quando recebe ajuda adequada.


Se sentir sintomas depressivos há mais de duas semanas, é fundamental procurar ajuda.


Um profissional de psicologia pode ajudar a desenvolver competências que lhe permitirão lidar com os pensamentos, sentimentos e comportamentos, apoiando algumas modificações naquilo que pode estar a causar dificuldades, bem como ajudar a encontrar soluções.


A depressão é um problema de Saúde Pública e que nos afeta a todos, direta ou indiretamente. Por isso, cada um de nós tem um papel importante na prevenção da depressão, contribuindo com empatia e apoio para construir comunidades onde todos possam sentir bem-estar. Saiba mais em www.eusinto.me.



Autoria: Ordem dos Psicólogos Portugueses
Apoio e edição: Multicare

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